Inicialmente, achei que ia ser só ler e publicar, mas tenho-me visto obrigado a uma revisão intensa. Nos doze anos que passaram desde a escrita da história original, muita coisa evoluiu no meu processo criativo :)
Ao contrário do que imaginava, esta publicação está a dar mais trabalho do que o previsto.
Inicialmente, achei que ia ser só ler e publicar, mas tenho-me visto obrigado a uma revisão intensa. Nos doze anos que passaram desde a escrita da história original, muita coisa evoluiu no meu processo criativo :)
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Cá estão eles, os dois clips que demorei uma tarde inteira a fazer. Primeiro, escrevi o guião, depois procurei gifs e fotos que se adequassem, finalmente desisti de corresponder ao vídeo que passava na minha cabeça e ficou aquilo que podem ver. Não tenho os direitos de autor de todas das imagens exibidas, pelo que sugiro rapidez na visualização. Acho que o Youtube não vai apagá-los por causa tão pequena, mas já vi coisas mais estranhas acontecerem, como ter uma namorada por dois dias. Pequena obra de improviso, o trailer x2 é apenas um chamariz para o meu site-livro A Vertigem de Zenão http://ricardolopesmoura.weebly.com/, onde poderão ir lendo os capítulos conforme vão sendo publicados (neste momento, já estão três disponíveis). A maravilhosa aguarela da página inicial do site também é da minha autoria, de uma época em que os godés estavam sempre cheios e a máquina de escrever ainda batia directamente as letras no papel e o rolo de tinta só tinha as cores preta e vermelha, antes de se tornarem cinzenta e rosa. Quanto ao trailer x2, hão de reparar, alguns até defraudados, que as imagens são as mesmas nos dois vídeos, mas a experiência é completamente diferente, porque a música que as acompanha tem uma fluidez diversa, misteriosa num caso e belicosa no outro. Saíram ambas da banda sonora de um jogo de consola que tem horas de boas faixas, mas não sei quem as compôs, já que Anno 2070 tem quatro compositores: Tilman Sillescu, Alexander Röder, Markus Schmidt, Jochen Flach. Mas recomendo a audição integral. Opinem e partilhem, lembrem-se de que não há má publicidade. Fiz dois trailers-chamariz para o meu Site-livro (http://ricardolopesmoura.weebly.com ), quando devia ter estado a escrever, mas acho que até ficaram interessantes, ainda que me tenham levado a tarde toda a concretizar. São alguns clips com frases que obedeceram a um guião, mas muito mais curto e aldrabado em relação ao vídeo que passou na minha cabeça.
Basicamente, são as mesmas imagens com música diferente, porque estava indeciso se deveria ser mais misterioso ou mais bélico. Espreitem os dois (quanto mais não seja, pela música), opinem e partilhem. Lembrem-se, não há má publicidade ;) Ainda extremamente limitado, mas já está online o primeiro capítulo do meu livro A Vertigem de Zenão, publicado no site anexo ao blog. Foi à experiência, em primeira apanha, pelo que ainda tenho de limar arestas e perceber como crio as páginas seguintes. Quem quiser arriscar ficar já viciado na história, é avançar:
Numa realidade que verifico agora ter-se desligado de mim há muito tempo, fui escritor. Tinha inúmeras ideias, que traduzia para o papel com lucidez e criatividade, burilava estranhos mistérios que se desfiavam por capítulos e ameaçavam viver tão perto de mim que, inúmeras noites, os personagens me levantavam as pálpebras e arrancavam da cama, para lhes insuflar mais um parágrafo, mudar o destino ou acometê-los para o precipício que seria o seu fim.
Dois livros houve que foram publicados e outros tantos que não encontraram Guttenberg, e voltas de avião abatido em fumo negro deu a minha existência que por pouco não aguentava o impacto das achas ardentes que a fuligem me fazia engolir, e senti que do céu não conseguia ver mais do que um rectângulo de azul num oceano de negro e que pela abertura alguém me atirava terra para cima, quando eu na verdade apenas carregava uma das quatro alças que recolhiam à terra aquela a quem segurara a mão durante tanto tempo que jamais quisera imaginar que esses dedos viriam a ser arrancados dos meus, já sem vida, já sem nada. Na mecanicidade em que os meus dias se tornaram, esqueci-me do que era criar, e é aqui que vos quero trazer, de olhos enxutos e esperança no próximo gesto. A semana passada, decidi criar um site-livro para a publicação de um romance que, anos atrás, não teve a receptividade das editoras que consultei. Mas não encontrei o livro. Procurei em todos os CD-Roms, CD-Rs e DVDs e em nenhum deles surgia o que um dia transformei de disquete em disco, deitando fora o formato mais frágil. Estava já a desanimar quando, hoje, e no último sítio imaginável, encontrei muito mais do que procurava. Não só a história que tinha pensado em publicar online, mas inúmeras outras, e ficheiros com trabalhos incompletos ou apenas esboçados, até mesmo um livro que ia já avançado mas exigirá releitura para perceber que tipo de animação terei de dar aos personagens congelados no tempo. Foi uma daquelas viagens em que se recorda aquilo que já se tinha esquecido e se consideram rotas que não chegaram a ser traçadas nem o pneu passou lhes por cima. A ver se se faz História. |
Ricardo Lopes MouraCarismático e eloquente, Ricardo Lopes Moura é autor das obras Phenomenae e Tal Pai..., publicadas no tradicional formato livresco. Actualmente, disponibiliza online o seu último romance, A Vertigem de Zenão, editado no método folhetinesco, i.é, facultando ao leitor cada capítulo conforme o mesmo é concluído. A trama permanece um relativo mistério para ambos, porque a ficção tem mente própria. Archives
January 2018
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