Capítulo 5 – Penitenciária dos Amores
– Dália, o Magnum está por aí?
– Está no gabinete. Queres que lhe passe?
– Não, prefiro que nem saiba que liguei. Preciso de um favor.
– Conta.
– Podes ver em que penitenciária está um tipo chamado Ferrão Sorbato? O chefe pediu o informe esta manhã, mas acho que o Simões e o Pedralva estão a seguir outras pistas.
– Dos Amores, Ismael. Dos Amores. Fui eu que tratei disso. O Mistral está na Penitenciária dos Amores.
– Tu é que és um amor, Dália.
– Diz-me só, como te estás a aguentar?
– Nem fazes ideia.
– Por isso te estou a perguntar, Ismael.
Ismael desligou a ignição e ergueu a vista para o austero castelo de pedra, janelas gradeadas e portões de ferro fundido, que se avolumava face à atmosfera, contendo no seu interior a maldade e a desgraça humanas, uma combinação explosiva, que só podia deixá-lo seguro se todas as chaves fossem arremessadas ao mar, depois das portas terem sido trancadas. Suspirou. Teria de viver em temor para o resto da vida.
Saiu da viatura sem evitar um arrepio. Com o punhado de inquilinos com que contribuíra para o engrandecimento daquele parque habitacional, não seria de estranhar, mas o calafrio só fazia vénia a um deles.
O sentinela, junto à guarita de vigia, manteve a espingarda automática apontada ao chão, quando o acercou, provavelmente porque era verdade que um polícia à paisana se reconhecia à distância. Ao olhar para a arma, lembrou-se de como o pai costumava dizer que a G3 era uma invenção portuguesa, lamentando o fecho da Fábrica de Braço de Prata, nos anos 1990. É certo que o Exército Português adoptara a G3 para a Guerra do Ultramar e que, a dada altura, a disparava por Angola, Moçambique, Guiné Bissau e Timor-leste, ao ponto de a ter em tão grande número que até a exportava, mas nunca detivera a patente, que era da alemã Heckler & Koch. O exemplar à sua frente tanto podia ser uma G3A3 como uma G36, não tinha a certeza, mas também não quis olhar com muito reparo, para não perturbar o dedo do militar no gatilho.
Solicitou acesso ao arquivo, abrindo a carteira para expor o distintivo e o cartão de identificação policial. Foi-lhe apontada a recepção, onde se repetiu, e uma funcionária indicou-lhe que quaisquer pedidos relacionados com os anais do estabelecimento eram dirigidos por escrito ao Encarregado dos Arquivos, o qual lhes dava provimento.
Ismael aquiesceu, prontificando-se a preencher o formulário. – É possível entregar-lho já?
– Não é procedimento habitual – disse ela, com um sorriso, enquanto recolhia o impresso do tampo do balcão. – Mas também não é como se estivéssemos cheios de trabalho...
Ismael não pôde impedir-se um rápido olhar à sala por trás do balcão, onde apenas uma das seis secretárias estava ocupada, por um indivíduo que dedilhava preguiçosamente informação, de uma pasta para o teclado ergonómico de um PC já empoeirado, provavelmente não do uso excessivo, mas da limpeza negligente.
A mulher ausentou-se por uma porta existente ao fundo da sala e Ismael deu mais uma olhada em redor, antes de se deslocar até à janela, sem objectivo. Entreteve-se a observar os campos que se dobravam ao vento por trás do parque de estacionamento e a estrada que percorrera para ali chegar, enchendo a vista com o azul do céu contra o castanho do solo, quando um reflexo demoníaco reluziu na vidraça, causando-lhe uma desconfortável sensação de retraimento. Voltou-se para um indivíduo magro, cujos cabelos grisalhos, distintamente penteados, conferiam um estatuto de gravidade, reforçado pelo fato de três peças em tonalidades de antracite, com um grão de verde seco, e pelas feições magras, que exibiam sulcos como raios de sol, a partir dos olhos, aí mesmo onde brilhava a argúcia da experiência. O sujeito estendeu-lhe uma mão de dedos compridos e veias salientes.
– Inspector Ismael Diogo da Polícia Judiciária – proferiu o sujeito, em tom formal, lendo-o do impresso que Ismael preenchera. Aceitou o leve aceno de cabeça de Ismael como confirmação da sua identidade e apresentou-se, durante o aperto de mão: – Aquilino Melo, director desta casa.
Ismael esforçou-se por não erguer a sobrancelha, por mais acutilante que fosse a curiosidade.
– É muita amabilidade vir atender-me pessoalmente – disse, deixando calar o quão invulgar considerava este acolhimento.
– É uma situação delicada, como compreende – o director permitiu-se o primeiro sorriso, um fino encaracolar dos cantos da boca que, por um segundo, lhe encheu as parcas bochechas. – Esta manhã, o meu gabinete foi abordado pelo Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária, sobre o mesmo recluso. Falei directamente com o inspector-chefe Santos Magnório e foi minha conclusão que estaria tudo esclarecido.
– A investigação está a avançar noutra direcção, sim, mas é sempre preferível não deixar pontas soltas – retorquiu Ismael, sem intenção de entrar em detalhes. Se a conversa chegasse aos ouvidos do chefe, seria o mesmo que pôr o pescoço a jeito.
– Sim? – Insistiu o director, sem trair impaciência, mas tornando claro o quão malograda seria qualquer evasão a uma resposta completa.
– Ontem verificou-se um homicídio que recorda o M.O. de Mistral – cooperou Ismael, com a certeza de não estar a desvendar nada que o outro não soubesse já. Continuava confuso com esta presença. Haveria ali tão pouco movimento que qualquer distracção, por mais ínfima, era bem vinda, ou qual seria justificação por trás de tanta prontidão? – Talvez possamos descobrir alguma ligação entre as suas encenações e a da noite passada. Quem sabe, entre aqueles que o visitaram ou lhe escreveram, haja alguma pista...
– Procura ligações entre Mistral e antigos cúmplices? – Sobre o rosto do director desceu um traço de alívio, imediatamente absorvido pela pele e não voltando a manifestar-se. – Não me recordo deste recluso ter recebido muitas visitas, mas claro que os nossos ficheiros estão disponíveis para sindicância.
Num compartimento de altas paredes cinzentas e tecto coroado por uma clarabóia, na qual um camião do lixo deveria, em datas preestabelecidas, depositar contentores de pó, um envergonhado mobiliário metálico de montagem em bloco multiplicava-se em prateleiras, décadas de informação a dormitar em semi-obscuridade, dentro de pastas de argolas, caixas de cartão e cadernos de actas, mais depressa a comparação poderia ser feita a um alfarrabista do que a uma biblioteca.
Especificada a secção por parte do arquivista de óculos graduados para invisuais com esperança, Ismael sentou-se em cima de uma caixa, que arqueou sob o seu peso, para assim proceder ao exame dos cadernos de presenças. Com quatro anos de entradas pela frente, sentiu-se tão prisioneiro quanto Mistral, tanto assim que até estavam a poucas paredes de distância. Correram-lhe pelas mãos três dezenas de pastas, contendo marcações de visitas e correio a todos os presos. Nos primeiros meses de encarceramento, Mistral recebera três visitantes, cujos nomes ali apareciam assinados e rubricados com as datas à frente, mas o passar do tempo parecia ter apagado por completo qualquer memória de sociabilidade. Era um fenómeno com nome, chamava-se institucionalização.
Identificou um nome de cabeça, o do advogado de Mistral, que ainda tentara algumas manhas para pôr o seu constituinte na rua e numa nova senda do crime, mas uma opinião pública em choque não descansou até que os tribunais recusassem todos os recursos. O que não foi fácil, porque Mistral tinha o dom da camuflagem e muitas alegações não se podiam provar. Mas, graças a Deus, havia munição suficiente.
Anotou os outros dois nomes. Alessandra Acácio Pinheiro e Gustavo Salvo. A mulher aparecera todas as semanas durante os primeiros três meses, no início até em dias seguidos, mas não regressara mais. O homem prestara visitas assíduas durante os mesmos meses, mantendo-as esparsas até ao final do segundo ano, eclipsando-se depois disso. Até ressurgir no mês passado, tendo realizado duas visitas desde então.
A esferográfica que regressou ao bolso das calças foi a mesma com que escrevinhou os nomes e os respectivos números de cartão de cidadão. Da visitante feminina, tinha também o número da carta de condução, já que se registara duas vezes com ele. Ergueu-se, com a cautela necessária para não esborrachar a caixa de cartão em cima da qual estivera sentado, e colocou a última dezena de cadernos na prateleira, descodificando os lugares respectivos pela falta de pó, no espaço onde os arrastara para fora.
Se o seu estômago indignado não fosse suficiente, a claridade proveniente da clarabóia era tão distinta da que encontrara à chegada que não deixava campo para dúvidas mas, ainda assim, consultou o relógio. O dia tinha continuado a passar, lá fora.
Massajou as costas, logo acima do cinto, fatigado. O que precisava agora era de moradas para estes nomes. Hoje seria arriscado recorrer ao serviço, talvez optasse pela lista telefónica. Mas, sem saber a localidade de residência dos suspeitos, podia ser trabalho inglório. O melhor era passar pelo escritório, depois do chefe ter saído.
Quase esperou reencontrar o misterioso director, mas percorreu os diversos corredores sem se cruzar com ninguém. Na recepção, foi necessário pigarrear para retirar a funcionária do estupor que a falta de trabalho e excesso de calor deviam provocar. Assim que esta ergueu o olhar das unhas, perguntou se era necessário assinar algum registo.
– Vai levar alguma coisa consigo? Dos arquivos?
– Não, só fui consultar – esclareceu. Esta questão fê-lo pensar novamente na presteza do director, à chegada. Teria sido alertado pela funcionária? Com que intuito? Teria ela ordens para avisar sobre quem perguntasse por Mistral?
– Então, não precisa de fazer mais nada.
Agradeceu com um aceno de cabeça e tomou os degraus que o apearam na calçada, junto ao sentinela. Ao passar por este, ainda se lembrou de pedir para segurar a G3, de modo a ter um desbloqueador de conversa quando falasse com o pai, mas foi interrompido destes pensamentos pelo que teve dúvidas em classificar como uma alucinação ou um ovni.
Uma involuntária ansiedade tomou-lhe conta dos terminais nervosos e um fio de saliva deu por si a esquiar-lhe o queixo, imaginando o salto no abismo que viria assim que alcançasse a extremidade da maxila inferior. Aturdido, só no último segundo teve a lucidez de induzir o corpo para a frente, de modo a prevenir que a morte do fio de saliva se lhe efectuasse contra o peitilho da camisa. No entanto, a baba que adquiriu a forma de um sapo viscoso na ponta do seu sapato estava longe de representar um desfecho satisfatório.
Um automóvel deslocava-se calmamente na direcção do parque de estacionamento, ainda de frente para o edifício, e, portanto, também de frente para si. Enquanto, boquiaberto, assistia à performance de condução casual sobre o asfalto, à harmonia da carroçaria sobre um chassis de eleição, ao ronronar dos motores e à diminuta expulsão de fumos de escape, o carro descreveu uma curva perfeita, atravessando com elegância a distância que o separava do local onde a chave seria retirada da ignição e, finalmente, se imobilizaria. Pôde, então, identificar-se a primeira imperfeição do concorrente: o vidro traseiro do carro comportava os filamentos eléctricos de desembaciamento mais bizarros do evento. Em vez de descreverem sóbrias linhas horizontais, desenhavam uma construção próxima da teia de aranha, num design de que ele, mais do que identificá-lo, detinha os direitos de autor, como o pintor que atira o conteúdo da lata de tinta contra a tela. Neste caso, como o pintor que atira a própria lata de tinta.
Sem aguardar reconhecimento por parte do elemento humano no interior do Ford Cosworth, encaminhou-se para o veículo, esforçando-se por passar despercebido, enquanto ainda se encontrava distante. Três portas abriram-se e três cabeças saíram do interior, num diálogo bem disposto. Foi mantendo carros estacionados entre si e o seu objectivo, mas estava prestes a entrar em campo aberto. Baixar a cabeça e fazer-se desentendido não iriam ajudá-lo por muito mais tempo. Lamentou ter sapatos calçados, em vez dos ténis da manhã.
Fossem quem fossem, aqueles indivíduos estavam bem treinados. Um deles lançou o alerta e os três regressaram ao carro como uma imagem de vídeo a rebobinar, sem hesitações ou interrogações. Ismael correu abertamente as últimas dezenas de metros.
O Cosworth respondeu como um touro escoiceado, saltando para a frente. Expeliu um enorme bafo negro, o motor trovejou e os pneus obrigaram-no a revoltear, colocando-se em posição. Ismael viu o carro ganhar intensidade e investir no alinhamento da sua corrida. Reparou que a comoção gerada no interior do veículo não ia permitir discernimento suficiente para evitarem atropelá-lo. Sem abrandar o passo – pelo mesmo raciocínio dos últimos quilómetros efectuados pelo Porsche Spyder de James Dean – impeliu as pernas numa trajectória que se desviava daquela descrita pelo Ford, e desejou tê-lo feito a tempo.
Um dedo esticado por trás do vidro dianteiro do automóvel reconheceu a rota de colisão com o obstáculo humano e este guinou na direcção oposta à tomada por Ismael, mas o intervalo entre ambos os corpos e a velocidade a que se deslocavam pesou na conclusão dos acontecimentos imediatos, assim como a capacidade de resposta de condutor e peão foi fundamental para evitar pior desenlace. Matematicamente falando, se x e y, o primeiro orgânico e o segundo mecânico, deslocando-se a velocidades m e n, a de x ¾ mais lenta, mantivessem o seu rumo, o choque seria ligeiro para y, mas traumático para x. Se, no último instante, Ismael não tivesse saltado sobre o capot do Cosworth, teria sido colhido pelo pára-choques. Programado para a sobrevivência, comprimiu os músculos das costas antes que embatessem na chapa e inclinou a cabeça assim que esta resvalou no vidro da frente, antes de rolar sobre si mesmo, já sem controlo sobre as forças em acção, até ao solo.
Arquejante, recolheu as pernas quando o Cosworth travou a fundo e tentou pôr-se de pé contra as convulsões provocadas pelo súbito fluxo de adrenalina. Para evitar o contacto com outros veículos estacionados, o carro encetava uma rápida inversão de marcha e Ismael percebeu que isso, por instantes, lhes reduzia distância.
Contradizendo o peito congestionado e a cabeça latejante, lançou-se num derradeiro sprint e disparou o punho contra a janela aberta. Conseguiu fazê-lo duas vezes, acertando onde calhou, antes que o Cosworth fosse impelido para a frente.
Constrangido ao desequilíbrio, tentou agarrar-se à moldura da janela e ao espelho retrovisor mais próximo, mas a sensação de ser arrastado pelo alcatrão, como lastro, fê-lo soltar o espelho irremediavelmente entortado. Numa nuvem de fumo negro, o Cosworth perdeu volume até desaparecer.
Do chão, Ismael sucumbia à raiva e à frustração. E nem a matrícula sabia.
Passos apressados e uma sombra volante acercaram-se de si e já um objecto contundente voava contra a sua cabeça quando, instintivamente, ceifou com o pé a verticalidade do responsável. O sentinela tombou de costas, surpreso e, no ímpeto de vogar por oxigénio, deu a Ismael oportunidade de escalar o espaço até à sua garganta e forçar-lhe o cotovelo contra a maçã-de-adão.
– O que foi, não te dei uma moedinha quando fazias de estátua?
No olhar do vigia, brilhava a legitimidade do seu acto, mas quem pigarreou encontrava-se acima de ambos. Recortado contra um sol em queda, vindo do topo das escadas do pórtico da penitenciária, o distinto vulto de Aquilino Melo observava-os com a serenidade de um abutre.
– Meus senhores, o recreio terminou. – Veio até eles, gesticulando para que se erguessem. – Sacuda o pó e retorne ao seu posto – disse ao sentinela. – Sr. inspector, explique-me este infeliz espectáculo.
Ismael levantou-se, pesadamente, com o olhar no último ponto onde vira o Cosworth. Manteve as mãos nos joelhos, enquanto recuperava o fôlego. Estava banhado em suor, pó e exaustão.
– Quando quiser, inspector – insistiu Aquilino Melo.
– É a segunda vez que vejo esse carro hoje – disse Ismael, mais para si do que para o outro.
– Parece-lhe razão suficiente? – Aquilino Melo inclinou ligeiramente a cabeça para um lado, como que para ver a realidade distorcida do interlocutor pelo ângulo correcto. – É a segunda vez que me vê. Devo tomar medidas preventivas?
Ismael abanou a cabeça. Estava demasiado cansado para responder, mas não demasiado abatido para raciocinar. Que o Cosworth o seguia, de manhã, era indiscutível, mas como teriam chegado ali? Depois de lhe terem perdido o rasto, quando os afugentara à pedrada, deviam ter andado à procura dele, mas o que poderia tê-los conduzido à Penitenciária dos Amores?
– Já alguma vez tinha visto aquele carro – perguntou a Aquilino Melo.
Aquilino Melo encolheu os ombros: – Era um Ford Escort, o que tem de especial?
– Também eu gostava de saber...
No regresso a Lisboa, tamborilava duas ideias diferentes. Primeiro, o Ford Cosworth. Não havia dúvida de que estavam a chegar, quando ele ia embora, por isso ficava por explicar o hiato desde que os perdera de vista, durante o jogging. Claro que o carro tinha dois passageiros, de manhã, e três, à tarde. Colocava, então, a possibilidade de ser seguido pelos três indivíduos, já de manhã, indo dois no carro e o outro a pé. Era uma prática corrente, desde que houvesse elementos suficientes no grupo, porque um carro não pode acompanhar sempre o passo muito mais lento de alvo a passo. Mas, considerando que ia a correr, era uma possibilidade remota. Faria mais sentido que o terceiro elemento se tivesse apeado quando ele saltara o gradeamento da escola, para o caso do carro não lhe apanhar o rasto, ao dar a volta ao quarteirão. E talvez tivesse continuado a segui-lo.
Controlou o espelho retrovisor, atento a indícios de outro veículo suspeito. Quanto à existência de um perseguidor a pé, este também lhe teria perdido o rasto quando saíra de carro, em direcção à Penitenciária dos Amores. Teria chamado um táxi, como no cinema? Muito fantasista. Teria sido a recepcionista a chamá-los? Assim como alertara, certamente, o director, que se materializara na sua presença, à chegada? Com que propósito? E, se o tivesse feito ao mesmo tempo que ao director, porque teriam demorado tanto tempo? Passar a revista a tantas pastas levara-lhe horas.
A segunda questão prendia-se com reacção de Aquilino Melo. Se este ligasse ao inspector-chefe, haveria repercussões. Poderia ser suspenso para inquérito disciplinar, por conduta imprópria, e até despedido com justa causa, já que a sua intromissão tinha sido expressamente proibida.
Não iria conseguir relaxar até que estas preocupações tivessem resposta, por isso o melhor era manter-se ocupado. Para, já tinha dois novos suspeitos.